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quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Prática esportiva livre de lesões funcionais

De que modo a Osteopatia auxilia na prática esportiva e o que são lesões funcionais?

 
É comum encontrarmos nos desportistas amadores determinadas deficiências de alongamento muscular, dificuldades em realizar determinados movimentos ou, até mesmo, dores durante e após a prática esportiva.
Em geral, tais déficits são atribuídos ao fato de a pessoa estar saindo ainda da condição de sedentário ou por ter má postura. O que não é muito conhecido, pela maioria das pessoas, são as alterações funcionais que os tecidos do corpo fazem ao longo da vida, adaptando-se às agreções que sofrem no dia-a-dia.Uma alteração funcional é quando o organismo se acostuma a fazer determinada função de modo adaptado, fora de seu funcionamento corriqueiro, como, por exemplo, no caso de uma pessoa que trabalha com o monitor de seu computador a sua esquerda o tempo todo e, após meses assim, se dá conta de que está com dores e não consegue olhar para o lado direito com a mesma facilidade que para o lado oposto. Sendo assim, as articulações do pescoço estão com alterações funcionais que não permitem que o movimento se dê de modo correto, tendo ocorrido uma adaptação funcional da cervical.
Tais adaptações podem ser encontradas principalmente em músculos, articulações, cápsulas articulares, ligamentos, fazendo com que o corpo se adapte e tenha sua mecânica local ou global alterada.
 É aí que entram as técnicas manuais, principalmente a Osteopatia, para auxílio do desportista, seja ele amador ou profissional. Os atletas profissionais já utilizam largamente de tais técnicas, mas é preciso desmistificar e ampliar o conhecimento da população em geral a respeito da eficiência de tais metodologias. Se o atleta de ponta utiliza tais métodos, por que não a população em geral?
Um dos recursos terapêuticos manuais mais eficientes é a Osteopatia. Ela é um sistema de avaliação e tratamento, com metodologia e filosofia própria, que visa restabelecer a função das estruturas e sistemas corporais, agindo através da intervenção manual sobre os tecidos (articulações, músculos, fáscias, ligamentos, cápsulas, vísceras, tecido nervoso, vascular e linfático).
A Osteopatia deve ser desmistificada, pois está baseada na anatomia, na fisiologia e semiologia, não deve ser considerada esotérica e sim cartesiana, não há receitas, mas sim um tratamento que se baseia em ciência.
A validade da Osteopatia é tão concreta que é recomendada e incentivada pela OMS (Organização Mundial de Saúde) como prática de saúde.
Dentro da filosofia osteopática a importância dada aos processos naturais do corpo é enorme e, por esse motivo, grande parte dos conceitos osteopáticos e mesmo seus procedimentos de tratamento são pautados nos mecanismos reguladores do sistema nervoso central e autônomo.
Em lesões funcionais, as técnicas são utilizadas com o intuito de recobrar e potencializar a biomecânica, regenerar tecidos danificados, harmonizar a coordenação dos movimentos, facilitar as contrações musculares, reorganizar alterações proprioceptivas que alterem a postura.
Um exemplo de como tudo isso que falei pode acontecer: Digamos que a pessoa vá para sua aula de Pilates ou para sua academia e, durante a aula, perceba que não consegue realizar o alongamento de ísquio-tibiais (musculatura posterior de coxa) do lado direito como do esquerdo. O que é comum se fazer? Ela inocentemente vai lá e dá aquela “forçadinha” para alongar mais e no fim da aula sente que está com dores na coluna lombar.
Pois é, na verdade, Provavelmente não houve execução inadequada de exercícios e nem má instrução do profissional que assiste tal aluno. Havia, sim, uma lesão funcional das articulações sacro-ilíacas, isto é, estava com a bacia bloqueada. Este tipo de bloqueio leva a uma tensão desigual entre um lado e outro da musculatura posterior de coxa, e quando forçada, pode fixar a bacia em torção.
Até mesmo, é muito comum que já se tenha a fixação antes da aula, com dores crônicas e eventualmente, crises agudas aconteçam.
Por isso mesmo é que muitos profissionais têm me encaminhado os seus alunos para avaliação e tratamento, muitas das vezes preventivos, melhorando assim a condição física do aluno, prevenindo lesões e potencializando o trabalho feito na academia, quadra, campo, centro de treinamento, ou estúdio de Pilates. Esta parceria tem dado excelentes resultados.

Dr. Sérgio Kimura